Segundo ele, segmentos de infraestrutura e energia, mais blindados a volatilidades conjunturais, vão sofrer no curto prazo com o aumento do custo de capital A crise gerada pelas manobras para driblar o teto de gastos já está atrapalhando o fluxo de captações para rolagem de dívida, relata executivo do setor elétrico, que preferiu não se identificar. "Estamos tendo que evitar [captações que estavam programadas], o que der para adiar, vamos adiar", afirma.
Para ele, os setores de infraestrutura e energia, normalmente mais blindados a volatilidades conjunturais, vão sofrer no curto prazo com o aumento do custo de capital devido à piora do cenário macroeconômico e político. Entretanto, ele diz não acreditar, ainda, na postergação ou adiamento de grandes projetos de infraestrutura, considerados essenciais e prioritários ao país.
Na visão desse executivo, a intenção do governo de direcionar mais recursos para o Auxílio Brasil, o sucessor do Bolsa Família, é legítima, mas não deve ser implementada às custas das regras fiscais, já que isso só tenderá a retroalimentar a crise. "O teto de gastos serve justamente para o governo ter que fazer escolhas. Fazer [o auxílio] criando artifícios, na minha visão, terá o efeito inverso".