Manhã no mercado: Demanda por risco é limitada na véspera do 'payroll'


Relatório de criação de empregos nos EUA de setembro, que sai nesta sexta-feira (6), pode mostrar força ou desaceleração do mercado de trabalho Na véspera da divulgação dos dados de criação de emprego nos Estados Unidos, os ativos financeiros globais retomam a toada que apresentaram nos últimos meses: as ações operam em baixa, enquanto o dólar global e as taxas de juros avançam. O ambiente no exterior ainda é de cautela elevada devido à continuidade do processo de aperto monetário nas economias desenvolvidas, enquanto, paralelamente, agentes vão se mostrando um pouco mais otimistas com os ativos locais.

Os Estados Unidos divulgam, amanhã, o relatório do "payroll" do mês de setembro, em que os economistas consultados pelo "The Wall Street Journal" esperam a criação de 275 mil vagas de emprego, com taxa de desocupação se mantendo em 3,7%. Em meio ao mercado de trabalho ainda bastante aquecido no país, membros do Federal Reserve (Fed) já vêm sinalizando que, para trazer a inflação de volta para as metas, precisam ver sinais de enfraquecimento nas contratações.

Ontem, por exemplo, o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, disse que é a favor de elevar as taxas de juros para um nível entre 4% e 4,5% até o fim deste ano e, em seguida, manter o nível de aperto e ver seus efeitos na inflação. A fala ecoou os comentários da presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, que não acredita que o Fed possa começar a cortar os juros no ano que vem, a despeito das apostas do mercado.

"Nos EUA, esperamos que o crescimento do quarto trimestre (em comparação anual) diminua para 0,2% em 2022, refletindo um grande arrasto fiscal e um impulso negativo de condições financeiras mais apertadas. Vemos uma probabilidade de 35% de os EUA entrarem em recessão no próximo ano, embora pensemos que qualquer recessão provavelmente seria leve. Esperamos que a inflação do PCE caia para 4,5% até o fim de 2022, embora mais interrupções na cadeia de suprimentos, crescimento salarial mais forte ou uma inflação de moradia mais firmes possam manter a inflação um pouco mais alta por mais tempo", projetam os economistas do Goldman Sachs.

Em meio às condições desafiadoras no exterior, há um otimismo crescente em relação aos ativos domésticos, que vêm performando melhor que seus pares globais ao longo deste ano. Ainda que o cenário externo siga demandando cautela em uma tomada de risco mais ampla no Brasil, agentes financeiros vêm relatando uma visão um pouco mais positiva com o país.

"A composição deste Congresso e os movimentos de apoio ao pleito presidencial que estão sendo feitos para o segundo turno mostram que ambos os candidatos estão caminhando ao centro, em uma tentativa de 'distensionar' o debate social e econômico. Acredito que a probabilidade de 'eventos de cauda' ou 'agendas extremistas' no tocante à economia se reduziram consideravelmente", afirma o diretor da TAG Investimentos, Dan Kawa, em uma rede social.

Na visão dele, o que parece importar mais, neste momento, é que o mercado precificou um cenário de catástrofe no país, os investidores "fugiram" e os ativos locais ficaram excessivamente baratos. "A simples eliminação dos "riscos de cauda" podem ser o impulso que precisava para nos destacarmos no cenário internacional", conclui.

Ontem, saiu a primeira pesquisa Ipec sobre as intenções de voto para presidente no segundo turno. Conforme o levantamento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 55% dos votos válidos e o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 45%.

Neste contexto, os investidores devem seguir monitorando as movimentações políticas dos candidatos à presidência da República hoje. Também merece destaque, na agenda doméstica, o leilão semanal de títulos prefixados do Tesouro Nacional.

Pixabay

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