Reguladores internacionais caminham para normas abrangentes sobre ESG, diz pesquisa da CVM e do IBGC


O trabalho envolveu pesquisa com investidores e companhias abertas locais, além de analisar o avanço da regulação internacional Enquanto a falta de padronização e confiança nas informações divulgadas estão no foco de preocupações dos investidores quanto às práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês), reguladores internacionais caminham para normas mais abrangente sobre o tema, segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC)
O foco regulatório tem sido as mudanças climáticas e as principais preocupações dos reguladores e participantes do mercado giram em torno do greenwashing. As primeiras irregularidades começam a ser punidas, ainda que de forma incipiente. Recentemente, a Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA) aceitou um acordo de US$ 1,5 milhão com o BNY Mellon Investment Adviser.
Os investimentos sustentáveis globais atingiram US$ 35,3 trilhões, considerando Austrália, Canadá, Europa, Estados Unidos e Japão. O volume representa aumento de 15% em dois anos, entre 2018 e 2020.
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O estudo foi realizado pela Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos (ASA) da autarquia, com a colaboração do IBGC. O trabalho envolveu pesquisa com investidores e companhias abertas locais, além de analisar o avanço da regulação internacional. Reguladores do mercado de valores mobiliários na Austrália, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido colaboraram com dados.
Nos reguladores pesquisados, a movimentação rumo a maior obrigatoriedade de relato ESG é evidente, diz o estudo. Nos Estados Unidos, a partir de 2022, empresas listadas na Nasdaq devem publicar informações relativas à diversidade no conselho. Os próximos meses devem indicar o caminho escolhido pelos agentes americanos, especialmente a SEC.
A União Europeia busca exercer um papel de liderança internacional quanto à temática de finanças sustentáveis e relato de fatores ESG, em um esforço nesse longa data, que ganhou ainda mais força ao longo dos últimos anos. O Reino Unido também se destaca com ações mais robustas, principalmente em relação às mudanças climáticas, além do compromisso com o desenvolvimento de uma Taxonomia Verde.
No Brasil, a CVM vai passar a exigir mais informações ESG das companhias a partir de 2023, com as mudanças feitas na resolução 59, que ditam as regras do formulário de referência. Além disso, os fundos de investimentos “verdes” serão regulados oficialmente pela autarquia e há chances de a norma ser destinada a toda a indústria, conforme já noticiado pelo Valor.
O documento divulgado hoje pela CVM aponta que estudos mostram que as informações dos fatores ESG trazem benefícios aos investidores porque estão integradas a questões economicamente significativas. A divulgação dos dados está associada a menores restrições financeiras), menores custos de capital, menores erros de previsão dos analistas e a movimentos de preços de ações em torno de regulações desse tipo de divulgação.
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Em relação a divulgação de informações ESG, as empresas listadas são mais propensas a relatar mais extensivamente sobre questões de sustentabilidade devido a pressões do mercado. Há também o objetivo estratégico de diminuir as assimetrias de informação na condução dos negócios, dissipando as dúvidas sobre sua legitimidade social.
"O vínculo positivo entre a divulgação ASG e o desempenho da empresa, conforme indicado por vários estudos, é fortalecido ainda mais, especificamente em termos de desempenho de risco", afirma o levantamento.
CVM: estudos mostram que as informações dos fatores ESG trazem benefícios aos investidores
Pixabay

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