Sem programa definido, PT diz que foco deve estar na economia popular e não no mercado


Por ora, único consenso no PT, em termos de política econômica, é a revogação do teto de gastos Ainda sem definição de um programa econômico para a provável candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto do PT deverá ter foco na economia popular e não o mercado. A afirmação foi feita nesta sexta-feira pelo ex-ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante. Lula, no entanto, ainda não escalou um economista para construir o seu programa de governo.
“A única agenda que parece interessar a uma parte do debate político é a agenda da Faria Lima [centro financeiro de São Paulo]. E existe outra agenda, que são 19 milhões de pessoas passando fome, 32 milhões de pessoas na economia informal, inflação arrebentando o custo de vida, reajustes salariais muito abaixo da inflação e não era assim no nosso governo”, afirmou Mercadante. O ex-ministro é o atual presidente da Fundação Perseu Abramo, entidade ligada ao PT e cujos integrantes se reúnem mensalmente para debater temas relacionados à economia.
Por ora, o único consenso no PT, em termos de política econômica, é a revogação do teto de gastos, regra constitucional vigente desde 2017 que limita o crescimento da maior parte das despesas públicas à inflação do ano anterior. A medida foi proposta em 2016 pelo então presidente Michel Temer (MDB), quando a área econômica era chefiada por Henrique Meirelles.
“O ex-presidente Lula ainda não formalizou a sua candidatura. Nós não concluímos a aliança política que vai sustentar essa aliança. A coordenação de programa de governo vai passar por esse processo. Nós temos feito discussões entre as fundações do partido sobre alguns temas, estamos em um processo de construção, mas não temos um programa de governo”, disse Mercadante.
“É New Deal agora e Plano Marshall na saída”, diz Mercadante
Divulgação
“Dentro de nosso espaço, que é o Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas, a gente respeita as individualidades e as diferenças. Mas temos um amplo consenso, de que a prioridade absoluta é a fome. E a pobreza que como diz o Lula diz não é uma categoria analítica, é uma experiência de vida”, complementou.
Segundo Mercadante, o PT ainda está discutindo possíveis soluções para os problemas que atingem a economia brasileira, como emprego e renda: “[A prioridade] é [combater] a fome e a pobreza. Como é que a gente vai gerar emprego e renda, como a gente vai colocar a emergência climática e o aquecimento global no centro de uma política de desenvolvimento porque [hoje] está totalmente fora das prioridades do Brasil. Como vamos tratar o tema do endividamento das famílias, como vamos equacionar isso”.
Mercadante participou de uma reunião com economistas na sede da entidade, em São Paulo. Ele e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, concederam entrevista coletiva. Também estavam presentes o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, o ex-ministro do Planejamento e da Fazenda Nelson Barbosa, o economista Luiz Gonzaga Belluzo, a ex-ministra de Desenvolvimento Social Tereza Campello e a também ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior.
Ex-prefeito de São Paulo e candidato derrotado à Presidência na eleição de 2018, Fernando Haddad não participou nem da reunião nem da entrevista coletiva.

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