IBGE: Tempo de deslocamento ao trabalho no país é de 4,8h por semana, mas chega a 7,8h em SP

"As capitais são os locais com maior tempo gasto nesses trajetos de casa para o trabalho e de volta”, afirma Maíra Bonna Lenzi, analista da Pesquisa Nacional de Saúde do instituto O tempo médio de deslocamento de casa para o trabalho (somando-se os trajetos de ida e volta) era de 4,8 horas por semana no país em 2019, mas chegava a 6,4 horas na média das capitais brasileiras e ultrapassava as 7 horas nas cidades de São Paulo (7,8 horas) e do Rio (7,4 horas). Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada nesta exta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e se referem a 2019, ou seja, foram coletados antes do início da pandemia de covid-19. O levantamento traz informações sobre características do trabalho, acidentes e violências, entre outros temas.

O tempo de 7,8 horas por semana na capital paulista seria algo perto de 1 hora e meia por dia de deslocamento, considerando ida e volta. É preciso lembrar que o dado mostra a média, ou seja, há trabalhadores que gastam muito mais tempo que isso, já que outros ocupam menos tempo nessa jornada. Os indicadores mostram a perda de tempo dos trabalhadores com o transporte e, em consequência, de qualidade de vida.

A média brasileira esconde uma situação muito diferente entre os Estados. O Rio de Janeiro é o Estado com maior perda de tempo no deslocamento (6,7 horas por semana), seguido pelo Distrito Federal (5,8 horas) e por São Paulo (5,6 horas). No outro extremo, está o Piauí, onde se gasta 3,1 horas em média, o que é menos da metade das 6,7 horas do Rio de Janeiro. Outros Estados com menor tempo de deslocamento são Rondônia (3,2 horas por semana) e Tocantins (3,3 horas). Há diferença também nas áreas urbana (4,9 horas por semana) e rural (3,5 horas).

“Existe uma grande diferença entre os Estados no que se refere ao tempo de deslocamento. E é importante observar que é a capital que puxa a média para cima. As capitais são os locais com maior tempo gasto nesses trajetos de casa para o trabalho e de volta”, afirma Maíra Bonna Lenzi, analista da Pesquisa Nacional de Saúde.
Ao todo, 86,6% das pessoas ocupadas com 15 anos ou mais se deslocavam de casa para o trabalho. O índice é menor para as pessoas com rendimento menor, de até um salário mínimo. Na faixa daqueles sem rendimento ou até ¼ do salário mínimo, por exemplo, a taxa é de 79,1%. Já entre os que ganham mais de cinco salários mínimos o índice chega a 91,1%.

“O que se vê nos dados é que, à medida que aumenta a classe de renda, aumenta a prevalência do deslocamento para o trabalho. Pensamos em algumas hipóteses para entender a razão de um menor deslocamento para as classes mais baixas. Nossa avaliação é que provavelmente são pessoas ocupadas que trabalham em casa, como costureiras ou quem cozinha para fora, ou tem um pequeno negócio, como um salão de cabeleireiro ou barbearia”, diz Maíra.

Áreas de Atuação

Linhas de Pesquisa

Portal de Ensino

Projetos

Produção Acadêmica

Entre em contato

Av. Bandeirantes, 3900 - Sala 03
Monte Alegre - CEP 14040-905
Ribeirão Preto - SP / Brasil
FEA-RP / USP

+55 (16) 3602-0503

[email protected]

Mídias sociais

Acesse nossa newsletter: